O mundo da comunicação em constante mudança
Decorre o Campeonato Europeu de futebol 2020. A seleção de Portugal recuperou a ‘velha’ máquina de calcular para conseguir ultrapassar a fase de grupos e deixou a prova, logo na primeira ronda a eliminar.
Para o comum adepto da modalidade, Fernando Santos devia ter feito tudo diferente desde o início. Afinal, o que percebe de futebol o ‘mister’ que ganhou o Euro’2016?! Nada!!
A verdade é que em cada adepto há sempre um treinador de futebol. Às vezes até mais do que um, se misturarmos clubes, seleções e outras modalidades. Mesmo que nunca tenha dado um pontapé a sério numa bola, o adepto acha-se no direito de ‘mandar o seu bitaite’, com a certeza de que teria melhores resultados do que quem toda a vida foi futebolista e até estudou para ser treinador. É por isso que os presidentes dos clubes e das federações, por muito bons que sejam, contratam treinadores para… treinar as equipas! Não contratam adeptos.
No mundo das agências de comunicação, a situação é exatamente igual, com uma ligeira, mas importante, nuance.
As empresas, as associações, os sindicatos, as ordens profissionais, as marcas, e tudo o resto, contratam agências para orientar a estratégia de comunicação. Comportam-se como a maioria dos presidentes de clubes, ou seja, reconhecem que precisam de profissionais que os ponha a jogar com sentido, com visão e fluidez para produzir um determinado resultado.
Qual é a nuance? A maioria não consegue, nem admite, despir a camisola de adepto.
Apesar das diferentes táticas, orientações, planeamentos e estratégias de jogo sugeridas pelos profissionais que estudaram anos a fio os meandros da comunicação, pessoas que, muitas vezes, respiraram e viveram a intensidade de um jogo dentro do campo, há clientes que se comportam como aqueles presidentes que tudo sabem e tudo decidem, comprometendo por inúmeras vezes o resultado de uma partida ou até mesmo de um campeonato.
Não significa que o presidente do clube de futebol não possa dar a sua opinião. Bem pelo contrário. Mas deve, principalmente, definir o objetivo para a temporada e colocar os recursos possíveis à disposição do treinador.
No futebol e na comunicação, ninguém joga para perder. Em ambos se procuram os melhores resultados possíveis, mesmo que os recursos colocados à disposição sejam fracos.